A produção de Paulo Lobo se realiza sob um preciso programa de trabalho. O principal
O nexo entre seus projetos é o tempo. Há nele uma lentidão própria da pintura.
O ato pictórico se desloca para a história, para a grandeza dos mitos e a profundidade da memória num arco entre psicanálise e filosofia. Pintar é um fato anatômico que Lobo converte em fatos da natureza como tempestades e ventanias. Via essas alusões meteorológicas, o artista infringe agruras do tempo às telas pintadas: expostas ao ar livre por longos meses – elas serão entregues ao sol inclemente, a chuvas copiosas, a ventos.
O que se sobra depois de meses são farrapos, dilacerações, vestígios de cores esmaecidas, a aflição de ver.